Insônia e as doenças gastrointestinais, qual sua relação? A insônia, ou privação do sono, é um problema muito mais sério do que muitas pessoas imaginam. Dormir não é apenas uma forma de recarregar as energias para o dia seguinte, mas também um processo essencial para a renovação das células e hormônios do corpo, o que contribui para a manutenção da saúde em geral.

Considera-se insuficiente o sono que dura menos de seis horas por noite, já que esse tempo não é o suficiente para que o corpo realize seus processos naturais durante a noite. Estudos realizados por universidades renomadas, como Harvard e Manchester, demonstram que a privação de sono pode alterar até 700 genes no corpo humano. Além disso, noites mal dormidas podem modificar o DNA e ter implicações desastrosas para a saúde.

Por exemplo, durante a noite, o corpo produz citocina, um hormônio essencial para combater doenças inflamatórias e regular o sistema imunológico. Quando o sono não é adequado, o organismo deixa de produzir citocina, o que pode resultar em diversos problemas de saúde, como doenças respiratórias, doenças autoimunes, compulsão alimentar, ansiedade, AVC, infarto do miocárdio, envelhecimento da pele, dores de cabeça, piora do diabetes, entre outros.

Insônia e a saúde intestinal

Além de afetar a saúde física e mental, a privação do sono também impacta o sistema gastrointestinal. A insônia pode aumentar em até 50% o risco de doenças gastrointestinais, incluindo adenomas intestinais (pólipos que podem preceder o câncer de intestino), devido ao aumento da produção de adrenalina. Isso pode causar sintomas como azia, queimação e refluxo. A gastrite pode evoluir para úlceras, que, por sua vez, podem evoluir para câncer. Além disso, a insônia pode agravar condições como hérnia de hiato, esofagite e metaplasias intestinais.

Ou seja, a falta de sono não afeta apenas o estômago, mas também o esôfago e o duodeno. O tratamento das doenças do trato intestinal envolve várias abordagens, como alimentação adequada e exercícios físicos, mas é igualmente importante melhorar a qualidade do sono para que o tratamento seja eficaz.

Quem dorme pouco tende a ser mais estressado e ansioso. Portanto, não adianta recorrer a medicamentos gastroprotetores e continuar com hábitos de sono ruins. Melhorar a qualidade do sono é essencial para a saúde intestinal. Uma dica é considerar o uso de melatonina, o famoso hormônio do sono. A melatonina é produzida pela glândula pineal durante a noite (quando a produção de cortisol e adrenalina está baixa), e sua produção diminui com a idade, caindo praticamente aos 50 anos.

A importância de tratar a insônia

É fundamental procurar orientação médica para a reposição de melatonina, quando necessário, para melhorar a qualidade do sono e manter a saúde equilibrada.

Dormir bem fortalece o sistema imunológico, permitindo a produção dos hormônios necessários para o bom funcionamento do corpo. O sono também melhora a memória, os reflexos e a saúde mental, além de manter o trato intestinal saudável e prevenir doenças. Por isso, dormir bem é essencial para o bem-estar geral. Afinal, é bom e não custa nada!